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Boletim nº 41 - 27 de Junho de 2021

A ÉTICA CALVINISTA

por Rev. Renato Souza Prates

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          Já se tornou um fato que no Brasil de nossos dias estamos vivendo o que o Rev. Augustus Nicodemus chama de “avivamento do calvinismo”. Grupos conhecidamente arminianos como os batistas, assembleianos, metodistas e neopentecostais tem aderido à fé reformada recentemente.

          Até mesmo dentro das igrejas presbiterianas temos percebido um despertamento pelo estudo do calvinismo, especialmente entre os jovens e adolescentes. Contudo, temos percebido que enquanto a teologia calvinista ou reformada tem sido amplamente difundida, um outro aspecto do calvinismo tem sido esquecido nas palestras, congressos e mensagens: a ética calvinista.

          Ética, de acordo com a interpretação clássica é o estudo da moral.

          Diferente de outras abordagens, a ética calvinista é baseada na revelação de Deus em sua Palavra. A distinção entre certo e errado não se resolve por meio de uma descoberta empírica da lei natural, como foi o caso de Aristóteles e de Tomás de Aquino, nem pelo formalismo lógico de Kant e, certamente, nem pelo cálculo impossível do utilitarismo do maior bem para maior número, mas pela revelação de Deus nos Dez Mandamentos. Essa revelação vem dos seguintes pontos:

          Primeiro, do ato de Deus de criar o homem à sua própria imagem e dos princípios morais básicos implantados no seu coração, mais tarde violados pelo pecado;

          Segundo, das instruções específicas dadas a Adão e a Noé, que sem dúvida ultrapassavam e expandiam a doação inata;

          Terceiro, da revelação mais compreensiva dada a Moisés;

          Quarto, dos diversos preceitos subsidiários dados no restante da Bíblia.

          Seguindo essa direção de Calvino, os estudiosos de Westminster dedicaram as questões 91-151 do Catecismo Maior à lei moral. Tomemos como exemplo a pergunta 139:


 

P. 139. Quais são os pecados proibidos no sétimo mandamento? (Não adulterarás)

 

R. Os pecados proibidos no sétimo mandamento, além da negligência dos deveres exigidos, são: adultério, fornicação, rapto, incesto, sodomia e todas as concupiscências desnaturais, todas as imaginações, pensamentos, propósitos e afetos impuros; todas as comunicações corruptas ou torpes, ou o ouvir as mesmas; os olhares lascivos, o comportamento impudente ou leviano; o vestuário imodesto; a proibição de casamentos lícitos e a permissão de casamentos ilícitos; o permitir, tolerar ou ter bordéis e a frequentação deles; os votos embaraçadores do celibato; a demora indevida de casamento; o ter mais que uma mulher ou mais que um marido ao mesmo tempo; o divórcio ou o abandono injusto; a ociosidade, a glutonaria, a bebedice, a sociedade impura; cânticos, livros, gravuras, danças espetáculos lascivos e todas as demais provocações à impureza, ou atos de impureza, quer em nós mesmos, quer nos outros.

 

          Como podemos ver por este exemplo, a ética calvinista interpreta a lei moral ou o Dez Mandamentos, em vez de toma-los apenas ao pé da letra.

          A ética calvinista foi tão influente que através dela, grupos reformados transformaram realidades de cidades e até países inteiros como a Suíça, Inglaterra, Escócia, Irlanda do Norte, Holanda e até mesmo os Estados Unidos da América, que foi formado por grupos calvinistas.

          A grande pergunta que podemos fazer é: Diante da atual crise de corrupção que o nosso país e nossa cidade vivem, será que temos sido calvinistas de fato? Eu acredito que estamos muito perto de uma teologia, contudo, muito longe de uma prática calvinista.

          Hoje vamos refletir sobre a Ética Calvinista de acordo com o texto de Colossenses 3.18-4.1.

          No capítulo 3 da Carta aos Colossenses, o Apóstolo Paulo escrevendo sob divina inspiração oferece várias recomendações éticas aos crentes de Colossos, e a partir do versículo 18, nós queremos destacar os deveres sociais que se iniciam pela família do crente, passam pelo trabalho e se refletem na nossa relação com Cristo Jesus.

          De acordo com a ética calvinista, o crente deveria ter uma vida exemplar nestas três áreas: família, trabalho e igreja. Hoje vamos refletir sobre as duas primeiras áreas: A ética calvinista na família e no trabalho.

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1º Recomendação: A Ética na Família (18-21)

          a) As esposas devem ser submissas (18). A expressão submissão neste contexto não quer dizer “subserviência” ou “sujeição cega”, mas um respeito ou uma consideração por aquele que possui a responsabilidade de ser o cabeça do lar: o marido. A ideia aqui é que o esposo é um líder de tropa que vai à frente dos seus soldados numa batalha e corre todos os riscos por ela. Por isso a esposa deve respeito e consideração para com o marido.

É através da submissão que mulheres cristãs evangelizam seus maridos não-cristãos (1 Pe 3.1-2).

          b) Os maridos devem amar suas esposas (19). Este é o amor sacrificial que Cristo teve por nós, a ponto de entregar sua própria vida para nos salvar, conforme registra Efésios 5, a partir do versículo 22. Como cabeça de sua família, o marido é general que vai a frente, que protege e que provê todos os recursos para a manutenção de sua casa.

          c) Os filhos devem obedecer aos seus pais (19). Porque fazendo isto agradam a Deus, pois cumprem o quarto mandamento, prolongando sua existência sobre a face da terra.

          d) Os pais não devem provocar a ira dos filhos (21). A disciplina é boa e deve se fazer presente no lar, mas ela nunca deve ser substituída pela ira ou pela provocação.

 

          Será que temos sido calvinistas em nossa casa?

 

2ª Recomendação: A Ética Calvinista no Trabalho (22-4.1)

          Em se tratando de ética no trabalho, uma das coisas mais difíceis para o brasileiro é não cair na armadilha do “jeitinho brasileiro”. As armações que partem de trabalhadores são muitas, desde de uma desculpa esfarrapada para não ir trabalhar até corrupções e falcatruas no serviço.

          Um dos aspectos pelos quais o sociólogo alemão Max Weber escreveu seu famoso livro “A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo”, foi o fato dele perceber que todo calvinista prosperava no seu trabalho, e o trabalho prosperava com o calvinista. Mas o que vemos atualmente é algo totalmente diferente: aquele que se diz calvinista apronta no trabalho e ainda prejudica o desenvolvimento da empresa.

          O versículo 22 diz que os servos ou trabalhadores devem obedecer em tudo ao vosso senhor, não apenas de aparência, mas como que servindo ao Senhor, porque de fato isto glorifica a Deus.

          Há alguns anos soube de um fato que me entristeceu bastante: um crente presbiteriano que resolveu aprontar na empresa para ser mandado embora, garantindo assim os seus direitos trabalhistas. Isto é uma vergonha para o cristianismo! Um calvinista de verdade nunca faria isto, mas seria verdadeiro com seu padrão e negociaria uma saída pacífica de seu trabalho. E mesmo que ele fosse injustiçado, ele teria a certeza de que seria recompensado pelo Senhor, como diz o versículo 24.

          Mas os compromissos trabalhistas não se encerram com os deveres dos funcionários. Também existem obrigações para os patrões.

          O versículo primeiro do capítulo 4 diz que os senhores devem tratar seus trabalhadores com justiça, porque eles também tem Senhor nos céus. Outra característica de uma calvinista é sempre tratar com justiça aqueles que trabalham para ele.

          No programa “Chefe Secreto” do Fantástico, um patrão se disfarçou de funcionário e foi até uma das suas empresas para saber como seus encarregados trabalhavam. Ele se surpreendeu com a maneira como um dos seus encarregados de obras tratava todos os funcionários educadamente, incentivando-os a fazerem seus trabalhos como se estivessem fazendo para Deus!

          Aqui vale um tempo de reflexão para você que é empregador. Como você trata aqueles que trabalham para você? Você concede os direitos dos seus trabalhadores, como carteira assinada, por exemplo? Deposita o Fundo de Garantia? Concede férias? Você paga seus trabalhadores em dia? Ou será que eles estão por ai falando mal do patrão que se diz calvinista? A coisa é séria. Se dizer calvinista é uma coisa, viver como calvinista são outros quinhentos!

          Hoje aprendemos um pouco sobre a ética calvinista, que é a ética da Palavra de Deus. Esta ética abrange todas as áreas da nossa vida, tanto familiar, quanto profissional e eclesiástica. Que Deus nos abençoe a obedecer sempre à Sua Palavra!

A Igreja precisa do Espírito SantoQuarta Palavra
00:00 / 38:19

Aos domingos, as mensagens são diferentes, selecionadas de outras fontes. Hoje, uma importante mensagem do reverendo Hernandes Dias Lopes que irá falar sobre a necessidade da igreja em referência ao Espírito Santo.

Pedidos de Oração

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Pelo fim da pandemia.

Pela chegada do Rev. Renato e Juliana.

Pelo Conselho.

Pela Junta Diaconal.

Pelos Ministérios da Igreja.

Pelos enfermos.

Pelos desempregados.

Pelas Missões.

Pela cidade de Macaé.

Pelo Estado do Rio.

Pelo Brasil.

Pelos afastados do Evangelho.

Pelos novos crentes.

Pelos perdidos.

Renião de Oração

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Toda Sexta-feira, 6:00 h

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Responsáveis:

Presb. Anderson

Cláudia

Lucília

Junho​

24/06 Raquel Gomes Pregioni Ribeiro

26/06 Myriam Carnaval Morett

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Julho

07/07 Antonella Maciel de Souza Lucas

10/07 Gustavo Silva

15/07 Acima de Barcelos Silva

16/07 Carine de Araujo Lima Barcelos

17/07 Dulcinea Ribeiro da Cruz

17/07 Bernardo Mendes de Oliveira Cruz

17/07 Eric Ribeiro Barreto

23/07 Teo Medeiros Armond

Durante o período da pandemia o pastor da igreja tem estado disponível para aconselhamentos e reuniões em geral, pelo telefone e internet.

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Se você tem alguma necessidade específica procure o pastor da igreja para ser atendido adequadamente. Você pode fazer isto pessoalmente ou através do telefone: (22) 98124-4283.

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Por enquanto, as visitações nos lares e atendimentos presenciais no gabinete estão suspensos, por conta da pandemia. Entre em contato e seja pastoreado amorosamente!

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