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Boletim nº 34 - 16 de Maio de 2021

IGREJA FORMAL OU IGREJA INFORMAL?

por Rev. Renato Prates

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Existe um dilema, quase uma discussão teológica, que divide a igreja moderna em dois principais grupos: os formais e os informais.

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Geralmente se entende que a igreja formal é mais tradicional, que guarda antigas práticas engessadas de liturgia e dinâmicas da igreja. O crente da igreja formal, inclusive, veste-se mais formalmente, usa terno ou vestido com sapatos apropriados, canta hinos do hinário, tem cultos conduzidos ao piano ou órgão, prefere hinos do hinário, faz orações cuidadosamente bem elaboradas, é mais apegado as leis orgânicas da igreja, e religiosamente vai aos cultos dominicais, sem deixar de contribuir com seus dízimos e ofertas. Todavia, esta concepção pode ser considerada um tanto distorcida e até injusta com a formalidade de uma igreja, cujo sentido mais básico seria a prática de normas previamente estabelecidas, que podem ser tradições ou usos e costumes recentemente criados, simplesmente para uma melhor organização de um trabalho eclesiástico.

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Por outro lado, a igreja informal muitas vezes é entendida por aquela ideia de cultos sem uma liturgia previamente elaborada, com participações e interrupções voluntárias dos membros para falar a qualquer momento. Às vezes elas tem mensagens bíblicas, leituras e cânticos contemporâneos improvisados, orações voluntárias e roupas informais. Entende-se que esta igreja não se preocupa em cumprir seus estatutos e nem as leis estabelecidas pela denominação ou Estado, porque seriam meras leis humanas. As relações liderança – crentes e crentes – crentes são sempre informais, possibilitando apelidos em vez de títulos eclesiásticos e muitas piadas e brincadeiras. Nesta igreja os crentes não tem responsabilidades assumidas com cargos e não se sentem obrigados a contribuir financeiramente, além de considerarem o domingo como qualquer dia da semana, e não como Dia do Senhor. Esta também parece uma interpretação bastante estigmatizada do que seria uma igreja ou uma atividade eclesiástica informal, já que mesmo uma igreja tradicional também deve promover ambientes sociais de interação entre os crentes e visitantes, obviamente que previamente organizados.

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Como protestantes que somos, precisamos responder a seguinte pergunta: O que Deus deseja que sejamos como sua igreja? Formais, informais, os dois ou nenhum dos dois?

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Certa vez, um dos nossos colegas de Seminário declarou em um dos seus sermões que Deus não é exigente. Obviamente que aquela declaração não ficou sem resposta do professor que fez a crítica do sermão, corrigindo nosso colega através das Escrituras.

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Quando olhamos para a Palavra de Deus, podemos perceber um Deus extremamente organizado e exigente. Quando Ele criou o universo, Ele pôs tudo no seu devido lugar, organizadamente: Ele dispôs firmamento, estrelas, constelações, buracos negros, porções de terra, de água doce e salgada, cada espécie com seus pares incluindo a humana, cada planta e tipo rochoso, cada tipo gasoso, cada partícula, cada átomo, cada célula, tudo com sua função e no seu devido lugar em seis dias, e depois descansou para contemplar a organização de Sua criação.

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Mais à frente, quando resolveu deter o avanço da depravação humana, o Senhor ordenou que Noé construísse uma arca, que não foi inventada por Noé, mas foi detalhadamente desenhada por Deus, que concedeu ao herói da fé uma planta arquitetônica completa, como o mais engenhoso arquiteto de todos! (Gn 6.11-22).

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Quando o povo de Deus iniciou sua caminhada pelo deserto em direção à terra prometida, Deus estabeleceu o primeiro e único código legal bíblico, que serve como base até mesmo para os códigos civis atuais, os 10 Mandamentos. Ele marcou uma reunião administrativa com Moisés no Monte Sinai e ordenou que ele escrevesse o código em tábuas de pedras, para que o mesmo fosse cumprido perpetuamente pelo seu povo. A partir dos 10 Mandamentos outras leis também foram criadas por Deus, quase que como um regimento interno para que o Seu povo pudesse ser doutrinado e disciplinado na caminhada pelo deserto. (Ex 20-24).

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Em Êxodo 25 e 40, Deus resolve ordenar a construção de um tabernáculo para servir de local para a adoração presencial do seu povo. Para isto ele fornece uma lista clara e detalhada de todo o material a ser usado no tabernáculo, como também a planta com as divisórias entre o átrio, o santo lugar e o santo dos santos. Todos os utensílios da adoração ao Senhor, foram ordenados por Ele mesmo, de maneira organizada e inteligente. Houve um registro formal de todos os utensílios que havia no tabernáculo, por uma equipe nomeada pelo próprio Deus. Uma espécie de livro de patrimônio.

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O número de Levíticos registra inúmeras leis que não foram criadas por homens, mas exclusivamente por Deus, para o bom andamento das Suas obras entre o seu povo. Novamente, muitas delas servem ainda hoje como fundamento para os códigos civis e criminais de diversas culturas ao redor do mundo.

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Davi foi impedido de construir um templo ao Senhor, mas fez questão de repassar ao seu filho Salomão as ordens claras e precisas do próprio Deus, para que ele construísse a Casa do Senhor, inclusive ordenando que Salomão cumprisse as ordens de Deus e recebesse dEle prudência e sabedoria para tal construção (1 Cr 22). Antes de sua partida deste mundo, o velho rei Davi fez questão de reorganizar toda a estrutura administrativa da Casa do Senhor, com as escalas dos sacerdotes, músicos, porteiros, guardas do tesouro, oficiais e juízes e os turnos de serviços gerais, como administradores e conselheiros do rei. Em 1 Crônicas 28.11-21 Davi entrega a Salomão a planta do templo e no versículo 19, Davi declara abertamente que foi o Senhor quem ordenou aquela planta! Fabuloso!

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Quando olhamos para o Novo Testamento, nós também podemos perceber uma organização eclesiástica, a partir do ministério de Cristo Jesus, quando ele escolheu 12 discípulos. Você sabe por que Cristo escolheu exatamente 12 discípulos?

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Nos livros do Antigo Testamento encontramos o número 12 na nomeação das 12 tribos de Israel. No livro do Apocalipse encontramos os anciãos são 24, isto é, 2 X 12 (Ap 4,4). Os que serão salvos (Ap 7,4) serão 144.000, isto é 12 X 12 X 1000! Enfim podemos considerar o número da totalidade (Ap 21,12-14). Muitos chegam a pensar que Jesus escolhe 12 discípulos (apóstolos), para dar entender que com o grupo estava nascendo o Novo Israel, o novo Povo de Deus. Jesus foi estratégico e organizado em formar seu grupo de discípulos (apóstolos) com 12 pessoas.

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Em Lucas 10, Jesus organiza a missão dos seus discípulos, dando-lhes orientações claras sobre como deveria ser o comportamento de cada dupla de discípulos ao longo de sua jornada missionária. Uma espécie de código de conduta de Missão.

 

A Igreja Primitiva começou seus trabalhos informalmente, mas logo percebeu falhas sérias. A primeira foi na ação social e na sobrecarga dos presbíteros da igreja. Por isto foi organizada a primeira Junta Diaconal da história (Atos 6).

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Com o avançar da igreja, problemas doutrinários começaram a surgir, então mais uma vez a organização eclesiástica entra cena, no primeiro Concílio de Jerusalém, que foi uma reunião formal com apóstolos e presbíteros, para decidir se os novos cristãos gentios deveriam ser circuncidados ou não. A decisão democrática do concílio foi escrita em documento formal e enviada a todas as igrejas daquele momento. (Atos 15).

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O maior missionário de todos os tempos depois de Jesus Cristo foi o Apóstolo Paulo. Será que ele era organizado?

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Sim, ele era. Além de ser organizado e estratégico nas suas diversas viagens missionárias, que tinham roteiro, ele também orientava e supervisionava a organização das igrejas que ele plantava:

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Aos Coríntios ele deu instruções claras sobre como deveriam ser organizadas as contribuições financeiras (1 Co 16) e como se deveria ministrar e participar da Santa Ceia que, por ter sido informal no primeiro momento promoveu sérios problemas de comunhão e desordem (1 Co 11).

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Aos seus filhos na fé e pastores Timóteo e Tito, ele deu instruções claras de que como eles deveriam pastorear a igreja do Senhor, e de como a igreja deveria se portar. Basta ler a estas cartas.

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Em Tito capítulo primeiro, versículo 5 Paulo declara: Eu deixei-te em Creta, para organizares o que ainda falta e constituíres presbíteros em cada cidade, conforme o que te ordenei (v. 5).

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Aos presbíteros e diáconos da igreja, o Apóstolo Paulo deixou ordens claras de como deveriam se portar e como administrar seus ministérios. (1 Timóteo 3).

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E assim vemos que, tanto no Antigo e Novo Testamentos, a obra do Senhor deve ser feita com ordem e decência, como declara (1 Co 14.40).

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            A resposta à pergunta inicial desta reflexão sobre se a igreja deve ser formal ou informal encontra apenas uma resposta nas Escrituras: A igreja é uma instituição formal de Deus. Esta é a vontade de Deus para ela.

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            Obviamente que a igreja pode e deve ter momentos de descontração social, que inclui a informalidade, como ocorria em diversas reuniões da igreja primitiva, especialmente porque ela se iniciou em lares, onde o ambiente era mais informal. Neste sentido a igreja pode e deve ter encontros sociais, festas, eventos, passeios etc.

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            Contudo, até mesmo para que estes eventos informais tenham sucesso, necessário é que medidas administrativas sejam tomadas sempre. Fazendo assim, caminharemos pela vontade de Deus e cumpriremos sua missão com zelo na face da terra! Deus nos abençoe!

Preparando pessoas para a vida missionalQuarta Palavra
00:00 / 49:54

Aos domingos, as mensagens são diferentes, selecionadas de outras fontes. Hoje, sobre o livro Igreja Centrada de Timothy Keller. Neste programa Rodrigo Bibo, Igor Miguel e Diego Bitencourt conversam sobre o capítulo 21 do livro: Preparando as pessoas para a vida missional.

Pedidos de Oração

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Pelo fim da pandemia.

Pela chegada do Rev. Renato e Juliana.

Pelo Conselho.

Pela Junta Diaconal.

Pelos Ministérios da Igreja.

Pelos enfermos.

Pelos desempregados.

Pelas Missões.

Pela cidade de Macaé.

Pelo Estado do Rio.

Pelo Brasil.

Pelos afastados do Evangelho.

Pelos novos crentes.

Pelos perdidos.

Renião de Oração

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Toda Sexta-feira, 6:00 h

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Responsáveis:

Presb. Anderson

Cláudia

Lucília

Maio

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19/05 Luiz Tadeu Gomes Teixeira

19/05 Rose Damiana A Azevedo

31/05 Heloisa de Barcelos Silva Clen

Durante o período da pandemia o pastor da igreja tem estado disponível para aconselhamentos e reuniões em geral, pelo telefone e internet.

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Se você tem alguma necessidade específica procure o pastor da igreja para ser atendido adequadamente. Você pode fazer isto pessoalmente ou através do telefone: (22) 98124-4283.

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Por enquanto, as visitações nos lares e atendimentos presenciais no gabinete estão suspensos, por conta da pandemia. Entre em contato e seja pastoreado amorosamente!

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Clique no título para conhecer a agenda pastoral.

Toda nossa programação, escala da equipe pastoral, novos eventos você encontrará no Menu > Agenda e Eventos.

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Ao selecionar um evento, você verá na descrição as informações referentes.

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Experimente agora! Clique no botão acima.

Dados Bancários :

Quarta Igreja Presbiteriana de Macaé.

CNPJ: 16.701.498/0001-50. 

Banco Itaú (341).

Agência: 0941.

Conta-Corrente: 19.643-8.

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Chave PIX: 16701498000150

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Favor depositar o comprovante junto com o envelope no gazofilácio ou enviar para: tesouraria@ccpmacae.org

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Para contatar a Administração da Igreja, envie um e-mail para o Presb. Plínio administracao@ccpmacae.org

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