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Boletim nº 24 - 07 de Março de 2021

Tudo é Providencial

C.S Lewis na

Sinfonia da História

by Joey Rigney

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Fonte: Divulgação

Quando consideramos teólogos na história da igreja que celebraram a doutrina da providência exaustiva de Deus, os nomes que vêm imediatamente à mente são Agostinho, Calvino, Edwards e Owen. De minha parte, gostaria de adicionar talvez um nome surpreendente a essa lista: C.S. Lewis. Embora Lewis seja amplamente reconhecido por sua ênfase na liberdade humana e na centralidade de nossas escolhas, ele também tem uma visão profundamente perspicaz e bíblica da providência divina.

Seu último livro, Letters to Malcolm, é principalmente sobre oração, mas é parcialmente sobre providência. E isso não é surpreendente, porque a pergunta "Se existe uma coisa chamada providência divina, por que devemos orar?" ocupou Lewis ao longo de sua vida. E neste livro final (publicado após sua morte), ele nos instrui sobre como pensar sobre a providência de Deus.

Além do mais, Lewis nos mostra o valor da teologia clara para a vida prática. Embora seus pensamentos sobre Deus e seus atributos possam às vezes parecer complexos e difíceis de entender, a recompensa prática é real e tangível. Pensar com clareza sobre quem é Deus e como ele se relaciona com o mundo visa nos levar a um verdadeiro encontro com ele na oração.

Em todas as Cartas a Malcolm, Lewis volta a dois fatos fundamentais: Deus é Deus e nós somos criaturas. Deus é Deus significa que ele é último, absoluto e incomparável. Ele é o ser Absoluto que fala livremente à existência de seres derivados. Para Deus ser absoluto significa que ele é onipotente, onisciente e perfeitamente bom. Também significa que seu ser é fundamentalmente único. “As próprias palavras 'ser' não podem ser aplicadas a ele e a [suas criaturas] exatamente no mesmo sentido”. A maneira de Deus ser e existir é incomparável; não há ninguém como ele.

Deus é o Criador absoluto, infinito, eterno, impassível, onipotente, onisciente e onipresente. A criação é o universo derivado e inventado de tempo e espaço, trazido à existência por Deus a partir do nada em um único ato criativo eterno. Lewis compartilha a crença nesses dois fatos fundamentais com toda a tradição cristã ortodoxa. E a partir desses dois fatos fundamentais, Lewis desdobra uma visão maravilhosa e frutífera da providência divina.

Em primeiro lugar, por causa da singularidade da relação Criador-criatura, Lewis acredita que a ação divina e humana não se excluem da mesma forma, que as ações de duas criaturas o fariam. “Deus fez” e “Eu fiz” podem ser ambos verdadeiros para o mesmo ato. Como a Bíblia diz, trabalhamos nossa salvação porque Deus está trabalhando em nós (Filipenses 2: 12-13). O próprio Deus “[opera] em nós o que é agradável aos seus olhos” (Hebreus 13:21). E esta providência não se aplica apenas às nossas boas ações. O que pretendemos para o mal, Deus pretende para o bem (Gênesis 50:20). Lewis não pretende explicar o mistério da providência de Deus e da escolha humana. Em consonância com as Escrituras, ele simplesmente afirma que Deus e o homem não podem se excluir na misteriosa fronteira onde o Criador atemporal e a criatura temporal se encontram.

Deus é o agente absoluto; somos pacientes derivados. Mas uma das coisas que Deus fez foi nos tornar praticantes por nosso próprio direito. O Deus que é Puro Ato nos fez agentes. Em nosso modo de criação derivado, nós também “manejamos nossos pequenos tridentes”. Essa relação entre o Deus atemporal e sua criação temporal é crucial. Para Lewis, o único ato criativo de Deus contém todos os atos providenciais de Deus na história. Na verdade, a história é simplesmente o único ato criativo de Deus "espalhado no tempo". “Deus e Seus atos não acontecem no tempo. A relação entre Deus e o homem ocorre em momentos particulares para o homem, mas não para Deus”. Assim, toda adaptação e entrelaçamento que ocorre entre as ações de Deus e nossas ações são dadas desde o início.

O divino “Haja” inclui não apenas os primeiros momentos da criação, mas todos os momentos da criação. “Cada pincelada, incluindo a queda de cada pardal, realiza exatamente o que o Criador deseja.” Destes fatos básicos sobre Deus, as criaturas e a história, Lewis tira a seguinte conclusão: “Se existe Providência, tudo é providencial e toda providência é uma providência especial” O mundo não é simplesmente uma coleção de bolas de bilhar, com Deus como a bola branca que bate tudo ao redor da mesa. Ele associa tal determinismo ao ponto de vista ateísta e científico, que reduz as escolhas humanas e atua até a torrente de processos universais que inevitavelmente estão ocorrendo em todo o sistema. Quaisquer que sejam os méritos dessa visão em pensar sobre o mundo natural, ela não faz justiça ao tipo de criaturas que Deus nos fez ser - criaturas com um senso consciente de nossa liberdade e responsabilidade por nossas ações.  

No lugar desse determinismo mecanicista, Lewis oferece uma visão poética da providência. Deus é um artista, um compositor, um poeta. A história é governada, não como um estado, mas criado como uma obra de arte para a qual cada ser dá sua contribuição e (na oração) uma contribuição consciente, e na qual cada ser é um fim e um meio.

Finalmente, a visão de providência de Lewis é pessoal e prática. Porque tudo é providencial, todas as nossas ações foram “levadas em consideração” por nosso Criador. Nada é deixado ao acaso; tudo está incluído na grande sinfonia. Isso inclui nossas orações, que, para Lewis, são um elemento crucial na vida cristã. Quando oramos, não queremos apenas "resultados". Queremos ser ouvidos. Na verdade, Lewis diz, podemos suportar recusas, se sabemos que nossas orações foram ouvidas por um Pai amoroso que governa tudo para seus bons propósitos. Mas só podemos saber disso se acreditarmos que nosso Pai é o Criador Absoluto, que somos suas criaturas e que tudo é providencial. Nossas orações - tanto as que Deus responde como esperamos e as que ele não responde - são deliberadamente tecidas no tecido da história. Ambos os tipos de orações são parte da grande sinfonia, cada uma tomando seu lugar dentro do grande projeto de Deus. Não importa o resultado de nossas orações, sempre sabemos que fomos ouvidos.

Como Criador Absoluto, Deus sustenta tudo pela palavra de seu poder. Ele está presente em todos os lugares e em tudo. Assim, tudo é providencial e toda providência é uma providência especial. No entanto, quando oramos e quando agimos em espírito de oração, fazemos uma contribuição consciente e deliberada para o curso dos acontecimentos. Claro, nossa contribuição não anula a de Deus. “Deus fez” e “Eu fiz” são ambos verdadeiros. Mas na oração e em nossas ações conscientemente dependentes, subimos da continuidade ontológica que compartilhamos com todas as coisas (como os pardais) para a união de vontades que é o verdadeiro fim para o qual Deus criou o mundo. Tornamo-nos mais do que meras notas na sinfonia divina; tornamo-nos pessoas na presença divina. Tudo é conhecido por Deus, porque tudo está incluído no único ato criativo. A mudança está em nós. O passivo muda para o ativo.

Em vez de apenas sermos conhecidos, mostramos, contamos, oferecemo-nos à vista. Este encontro de pessoas - este encontro entre o Criador absoluto e suas criaturas derivadas e redimidas - é toda a razão pela qual a história existe. E está aberto para você hoje, mesmo neste exato momento.

Tudo é providencial, incluindo a sua leitura deste artigo agora. E toda providência é uma providência especial, o que significa que seu Pai está graciosamente emitindo um convite para se levantar para conhecê-lo e ser conhecido por ele. A sinfonia inteira foi construída até este momento, até a próxima nota. Que nota vai ser?

 

Fonte: Everything Is Providential | Desiring God

Tradução e síntese: Rev. Renato Souza Prates

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